A partir deste domingo, 1º de junho, passa a valer a bandeira vermelha patamar 1 para a tarifa de energia elétrica. Com isso, a conta de luz terá cobrança adicional de R$ 4,46 (quatro reais e quarenta e seis centavos) a cada 100 kW/h (quilowatt-hora) consumidos.
Em maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) havia acionado a bandeira amarela, após quatro meses de bandeira verde, e os consumidores sentiram um aumento de 2% a 3% na fatura. Agora, o impacto na conta chegará a até 8%.
Por que a bandeira vermelha foi acionada?
Segunda a Aneel, decisão de acionar a nova bandeira vermelha foi pelo cenário de fluxo hídrico abaixo da média em todo o país indicado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Com isso, a projeção é de uma redução da geração hidrelétrica em relação ao mês anterior, com um aumento nos custos de geração devido à necessidade de acionamento de fontes de energia mais onerosas, como as usinas termoelétricas.
“Com o fim do período chuvoso, a previsão de geração de energia proveniente de hidrelétrica piorou, o que nos próximos meses poderá demandar maior acionamento de usinas termelétricas, que possuem energia mais cara”, explicou a Aneel.
Veja simulação de impacto na conta de luz
Um aumento na bandeira pode representar uma diferença significativa, especialmente para quem consome muita energia ou para empresas e indústrias.
Veja um exemplo simplificado, elaborado por Alan Henn, CEO da Voltera e Engenheiro Eletricista:
- Consumo: 300 kWh/mês (o consumo típico de uma residência com 4 pessoas)
- Com bandeira verde: sem acréscimo
- Com bandeira amarela: + R$ 5,66
- Com bandeira vermelha patamar 1: + R$ 11,91
- Com bandeira vermelha patamar 2: + R$ 28,48
Esse acréscimo vem descrito na conta como “Encargo de bandeira tarifária” e varia conforme o consumo.
Na prévia da inflação de maio, medida pelo IPCA-15, o maior impacto no mês veio da energia elétrica residencial. Segundo o IBGE, o preço médio no país registrou alta de 1,68%, influenciada pela mudança na bandeira tarifária.
Entenda as bandeiras tarifárias
Criado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias reflete os custos variáveis da geração de energia elétrica. Divididas em níveis, as bandeiras indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional (SIN) gerar a energia usada nas residências, em estabelecimentos comerciais e nas indústrias.
Bandeira verde
Quando a bandeira está verde, significa que as condições de geração de energia são favoráveis. As usinas hidrelétricas estão operando com bom nível de água nos reservatórios, o que permite manter a tarifa normal, sem acréscimos.
Custo adicional na conta: R$ 0,00 por kWh.
Bandeira amarela
Essa cor sinaliza que o custo de geração aumentou, mas ainda não de forma crítica. É um alerta de que há maior necessidade de utilizar fontes mais caras, como usinas termelétricas, mas ainda sem um impacto drástico.
Custo adicional na conta: R$ 1,885 para cada 100 kWh consumidos, aumento de até aproximadamente 3% na conta de luz.
Bandeira vermelha
Dividida em dois patamares, a bandeira vermelha indica que o sistema elétrico está em situação crítica e o custo da energia disparou.
Patamar 1: Custo adicional de R$ 6,50 para cada 100 kWh, aumento de até 8% no valor final da conta de luz.
Patamar 2: Custo adicional de R$ 7,877 para cada 100 kWh, o valor mais alto do sistema, usado em momentos de grande escassez, que pode aumentar em até 13% sua conta.